Muitas pessoas me perguntam no consultório o que é, afinal, a autoestima e como tê-la. Objetivamente, a autoestima é a crença que a pessoa tem sobre ela mesma. Essas crenças são construídas ao longo do tempo e formam o óculos pelo qual eu me vejo. Por exemplo: Se eu acredito ser uma pessoa capaz de aprender sobre astronomia, me sinto alegre e me engajo com mais facilidade nesta tarefa.
Se eu acredito ser uma pessoa incapaz de aprender astronomia (ainda que isso seja valoroso para mim), me sinto triste e com facilidade evito me engajar nesta tarefa. Pode ser muito difícil entrar em contato com uma crença que, a partir do meu óculos, sempre foi concebida como uma verdade absoluta. Melhor evitá-la, dizem. Mas a evitação não é a única estratégia.
Muitas pessoas se comportam de maneira contrária – mas não por acreditar serem capazes. É uma tentativa infinita de provarem a si e aos outros que podem conseguir. Se sobrecarregam, não pedem ajuda, não se permitem errar… afinal, se eu não dou conta de tudo isso sozinha, é a prova final de que sou uma incapaz. O sofrimento é semelhante em ambas situações. Mas o motivo de irem à terapia são diferentes. Autoestima, portanto, não diz respeito somente ao que eu penso sobre mim mas, sobretudo, ao que eu faço.
Autoestima não é sobre você olhar no espelho e repetir centenas de vezes o quanto você é linda e forte. Essa não seria apenas mais uma tentativa frequente (e não efetiva) de tentar manter distância da crença que, no fim das contas, tem tomado sua vida? #psicoterapia